Sem Licença Ambiental não dá!

 Sem Licença Ambiental não dá!
Ao me deparar com respostas evasivas de parte das ‘otoridades’ sobre a situação da falta de Licença Ambiental, para a construção da Cidade dos Cavalos, me pergunto: - Eles acham que enganam a quem? Será que pensam estar ‘abafando’ algo que não virá à tona, mais dia, menos dia?
Enfim, vislumbro até a próxima eleição que irão usar do argumento “da disputa política” para tentarem suprimir com o debate sobre as questões ambientais e administrativas que são desconsideradas pelas ‘otoridades’ que pensam que o povo é bobo. Se bem, alguns até são bobos, e muitos o são para passar bem, receber seu salário e manter seu cargo, mesmo que contrariem apenas em pensamento as ordens daqueles que acreditam serem capazes de mandar na cidade, e por tabela, mandar na população que está sendo cada dia que passa, alijada de sua condição de cidadão, quando até mesmo o ato de reclamar é considerado uma afronta aos interesses de crescimento da cidade e dos ‘negócios’ de seus parceiros, que lucram quando os ‘companheiros’ chegam ao poder público que em verdade se transforma em mais poder ao interesse privado.
Assim, nossa cidade definha na mão daqueles que se escondem com discursos vazios e idéias semelhantes e que incomodam aqueles que pensam, pois é visto que são feitas com total falta de cuidado e probidade com o dinheiro público, desconsiderando o bom senso.
Ao assumirem o risco de começarem obras e até projetar inauguração da Cidade dos Cavalos no dia da Cidade dos Tapenses, em 16 de dezembro, investindo dinheiro público em aterramento e cercamento de área em detrimento da iluminação pública em Tapes, questiono-me se tais iniciativas de obras para promover “turismo e lazer” para a cidade, não seriam mais úteis que estes recursos fossem usados para garantir atendimento de saúde a população. Isso é uma incógnita cruel, pois elegem ‘prioridades’ que não aquelas realmente prioritárias ao interesse do povo da cidade.
Ao questionar algumas ‘otoridades’, vejo que suas respostas, muitas sem conexão com o tema, acabam por demonstrar que estes não estão conectadas com o interesse da população. E não estão por um motivo apenas, o povo não entende mesmo a diferença entre a dignidade de ter seus direitos assegurados todos os dias, para acreditarem que apenas em época de eleição vão poder ganhar algo ‘a mais’ em suas necessidades, apenas atendidas na hora de pedirem o seu voto.
Quando recebo informação ‘sem base real’ de que 3.000 amantes dos cavalos e éguas em Tapes serão prejudicados pela ação da FEPAM, que autuou na quinta feira, 20 de outubro, a Prefeitura pela atividade não licenciada de instalar a Cidade dos Cavalos, faço outro cálculo quando me deparo com valores irrisórios que Tapes pagaria ao Hospital em Camaquã/RS pelos mais de 16 mil habitantes Tapenses, o que chegaria mensalmente a menos de R$ 1,00 real por mês por habitante. Neste caso entendo que as prioridades não são levadas em conta, quando pelo que parece a situação em relação ao contrato de prestação de atendimento aos tapenses no Hospital de Camaquã/RS continua não sendo atendido.
Se o custo de R$ 1,00 por tapense é algo para ser questionado na hora de pagar, imagino quando irão avaliar os milhares de reais gastos de forma temerária, visto estarem utilizando recurso público sem a devida cautela, proporcionando com a falta de licença ambiental, que multas sejam aplicadas nos cofres públicos, e por quê?
Por que não aguardam as liberações necessárias e informam e complementam os documentos solicitados? Onde está o erro nisso? 
Está no desrespeito ao sistema de licenciamento ambiental que vem de encontro a proteção dos interesses da sociedade e da qualidade ambiental, de toda a sociedade e não apenas daqueles que terão um lugar para guardar seus animais de ‘garbo e raça’, enquanto a realidade dos cavalos dos carroceiros que carregam areia e lixo será a mesma, indigna e precária por décadas.
O que me pergunto, é se terão condições de tratar tanta urina e estrume de cavalo, se está previsto local de tratamento destes resíduos orgânicos, ou se a sanga do Meio servirá de cloaca de mais um empreendimento de grande porte, dedicado aqueles que amam ‘os cavalos’, mas esquecem de pensar no povo, de vez em quando!
Por Julio Wandam