Bagres, Pererecas e Lulas



“Eu já falei: se for preciso fazer ponte para jacaré nós fazemos, se preciso colocar placa pra onça, pra quem quiser, nós fazemos” – Lula discursando em Cruzeiro do Sul no Acre
Estou convencido de que chegamos ao “fim da picada” com as “Jactâncias presidenciais” que são ditas e amplificadas na campanha midiática contra o Código Florestal, onde a grita dos “agropolíticos” é pela mudança da Lei Federal n° 4.771/65, para justificarem inclusive os crimes ambientais já cometidos em terras de todo o Brasil.
Ao empreenderem com tanta voracidade a divulgação destas “notícias” e declarações, além do “coitadismo” dos produtores rurais nos telejornais, cercados por uma legislação que os coloca na condição de “criminosos ambientais” segundo a imprensa, observamos que as redes de televisão aproveitam as declarações do Chefe da Nação “contra” a instituição das Leis, algumas até Constitucionais, fazendo piada do “Princípio da Precaução” e a proteção da biodiversidade.
Quando cria “histórias” para suas platéias, como a da “perereca gaúcha” contada no Acre, suspeita de estar em extinção e que atrasou sete meses uma obra de um viaduto no RS, acaba transformando como “mera bobagem” a preocupação de parte dos ambientalistas, ecólogos e até técnicos do próprio governo com as espécies da fauna brasileira, desvirtuando o assunto para acusar os atrasos na liberação de licenças ambientais vindas dos setores técnicos dos órgãos ambientais, que acabam reféns dos interesses econômicos que estão em jogo, decidindo sob o enfoque político a liberação de obras e licenças ambientais, com IEA/RIMAs duvidosos e que colocam em risco ambientes naturais, espécies da fauna e da flora, além das populações humanas.
Quando da “história do Bagre” e esta não é de pescador, lembro que foi feita piada, quando o bicho foi “jogado no colo” do Presidente e entalou na boca voraz do Senhor Mercado, conseguindo atrasar as obras no Rio Madeira, e mesmo com bagre, padre em greve de fome e protestos, colocaram o Exército, a mão armada da Nação a fazer o serviço na famosa transposição do velho Chico.
Lembra os tempos da “Dita...dura” época em que sonhávamos com a Democracia e o poder na mão do Povo, na mão daquele que durante anos acreditamos ser o líder messiânico e que iria levar o país ao desenvolvimento sustentável, o respeito as leis e a probidade.
Enquanto os deputados da Nação, os representantes do Povo se esbaldam com as farras das passagens, e segundo o líder da Nação, desde que o “Congresso é Congresso” isto é normal, vimos pela imprensa que os US$ 4,5 bilhões enviados ao FMI para apoiar a causa Monetária do planeta é o começo do “fim da picada”.
Se FHC tivesse um sonho desses de “emprestar” dinheiro aos Cofres do Imperialismo Econômico Mundial quando presidente, o país estaria em processo de revolução, com o povo na rua. Não se houve uma manifestação indignada seja de qual for o setor.
O fim da Amazônia não é mais surpresa para muitos que se convenceram que acreditamos em “mais um produto” da mídia televisiva e do “poder paralelo” que Governa o Brasil, e os que “governam o país” no atual momento, deixando claro que tudo aquilo em que acreditávamos foi apenas sonho, e estamos assistindo ao desastre ambiental e político tomando conta, em um verdadeiro pesadelo real.
Julio Wandam
Ambientalista

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